A técnica de tecelagem remonta a 6000 a.C., no período Neolítico, quando o homem começou a usar fibras vegetais e tecidos animais para suprir suas necessidades têxteis. Esse processo exigia técnicas complexas, como plantar, cardar, fiar, tingir e tecer, gerando produtos únicos que variavam conforme as fibras utilizadas.
No continente africano, os tecidos têm um significado cultural profundo, usados em rituais, como moeda e em ocasiões especiais. Inicialmente, peles de animais e cascas de árvores foram os materiais mais utilizados. Com o tempo, os africanos dominaram técnicas de tecelagem, incluindo o uso de teares de liço simples e duplo. O tear com duplo liço, exclusivo para homens, é usado em regiões como Somália, Sudão e Nigéria, enquanto o tear de liço simples é amplamente empregado por homens e mulheres em várias partes do continente.
Os tecidos africanos, feitos de algodão, ráfia, lã ou seda, são associados à identidade cultural, status e ocasiões especiais. Cores e padrões possuem significados políticos e rituais que variam entre as etnias. Além da tecelagem, os africanos desenvolveram técnicas como aplicações em tecidos e trabalhos com miçangas, ambas com forte valor simbólico e estético.
A arte têxtil africana reflete a complexidade cultural do continente, onde tecidos e adornos são vistos como uma extensão da identidade, carregando valores, histórias e espiritualidade. Metaforicamente, o ato de tecer é comparado ao ciclo da vida, simbolizando idas e voltas em um fio que conecta a existência humana.